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Texto por: Rachel Rossi – Designer Gráfico em formação
A relação do homem com a tipografia antecede a linguagem escrita. Ainda na pré-história, os seres humanos primitivos se expressavam com desenhos feitos a partir de paus e pedras (a denominada pictografia), flertando assim, ainda que de longe, com o tipo de comunicação visual que daria origem aos alfabetos e ideogramas.
Assim, até o século XIV, as palavras tinham uma ligação muito forte com os gestos do corpo. Os livros nasciam do trabalho árduo dos escribas que copiavam os textos manualmente – o que tornava o acesso ao conhecimento escrito muito mais difícil.
O cenário mudou drasticamente com a prensa de tipos móveis, tecnologia chinesa aperfeiçoada e popularizada pelo alemão Johannes Gutenberg em 1450. A Bíblia de Gutenberg foi o primeiro marco dessa revolução, que agora possibilitava a produção em massa dos documentos que eram, anteriormente, feitos à mão.
Esse sistema contava com pequenas letras moldadas em peças de chumbo, os chamados tipos móveis. Organizados um a um até formarem blocos de textos, eram entintados e prensados sobre o papel, realizando assim a impressão das páginas dos livros.
Curiosamente, Gutenberg desenvolveu tipos móveis que contavam com variações de cada letra, a fim de simular a escrita manual. De lá para cá, as coisas mudaram muito: temos, em nossos computadores, uma longa lista de fontes disponíveis - que pode ser cada vez mais extensa, dados os inúmeros typefaces disponíveis para download na internet. Elas podem ir da escrita caligráfica até os Dingbats, que são aquelas tipografias em que as letras dão lugares aos desenhos.
A letra na atualidade
Podemos não prestar atenção, por causa da nossa rotina atribulada, mas estamos em contato direto com a tipografia todos os dias. Nas revistas e jornais, é claro, mas nos supermercados, nas placas de trânsito, nas traseiras dos ônibus, em nossos celulares: somos bombardeados com letras que gritam, que sussurram, que impõem ou pedem com gentileza.
Grandes marcas fizeram seus nomes usando a tipografia: Coca-Cola, Pepsi, Google e Uber são ótimos exemplos. As diferentes características das letras escolhidas em cada uma delas imprimem uma identidade, que conversa com diferentes valores e princípios.
Além de propriedades como legibilidade (facilidade com que uma letra é diferenciada da outra) e leiturabilidade (facilidade com que distinguimos as palavras em uma linha de texto), as letras comunicam outras qualidades.
Assim como pessoas, as letras podem conter características que conferem personalidade aos tipos:
- As letras serifadas, ou seja, letras que possuem prolongamentos e tracinhos em suas terminações (como a clássica Times New Roman) passam uma imagem mais formal, tradicional e confiante. São altamente legíveis (pois os arremates nas terminações ajudam a guiar o olhar de uma letra para outra) e, por terem nascido logo depois da difusão da prensa móvel, são muito tradicionais, conferindo credibilidade ao texto;
- As letras sem serifas ou grotescas (aquelas que possuem terminações simples, como a Arial ou Calibri) são mais modernas e informais. Por serem mais suaves, acabam projetando uma imagem mais neutra e limpa.
- As Slab Serifs são letras com serifas em pesos maiores ou negritos (como a Rockwell). Isso faz com que transmitam confiança, caráter e força. Além disso, por possuírem serifa, também possuem alta legibilidade.
- As Scripts são as letras caligráficas ou cursivas (como a Monotype Corsiva). Elas carregam um tom mais formal, de prestígio e importância. Suas curvas e floreios podem prejudicar a legibilidade e a leiturabilidade em longos textos.
- As Manuscritas são feitas a partir de letras escritas à mão (como a Caveat). Elas levam mais em conta os gestos corporais, simulam a pressão da caneta no papel, etc. Por isso, dão um toque muito mais pessoal, criativo e único - podendo criar uma proximidade maior com o leitor.
Esses são alguns exemplos de como a forma com que desenhamos as letras pode influenciar (e muito) no que é comunicado.
Você já tinha parado para pensar que a tipografia comunica muito mais do que aquilo que está escrito? Conta para a gente!
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