Práticas para tornar suas plataformas mais acessíveis

Conheça algumas práticas de acessibilidade essenciais para aumentar as interações de suas plataformas digitais

Você sabia que o conteúdo que você produz e divulga pode estar incompreensível para cerca de 45 milhões de brasileiros? Segundo uma pesquisa divulgada pelo IBGE em 2020, quase 24% de toda a população do país possui algum tipo de deficiência, e de acordo com outra pesquisa, realizada pela W3C, apenas 2% dos sites brasileiros podem ser considerados inacessíveis a essas pessoas. Será que o seu está entre eles?

No Brasil, a acessibilidade, não só física como digital, é garantida por lei, e deve ser uma medida importante na construção e movimentação de sites empresariais, redes sociais, portais de notícia etc. Existem medidas simples que podem ser tomadas para permitir que pessoas cegas, surdas, com deficiências motoras, entre outras, consigam acompanhar notícias, fazer compras, se comunicar, estudar, trabalhar...

Os principais tipos de acessibilidade

A WCAG (Diretrizes de Acessibilidade de Conteúdo da Web, em português) é um guia com diretrizes para garantir um padrão mundial de acessibilidade online. Nele, estão estabelecidos 4 principais tipos de acessibilidade:

- Perceptível: todos os elementos, de texto a imagens, devem estar perceptíveis, ou seja, nada pode estar escondido ou de difícil acesso. Elementos como menus que aparecem apenas ao passar do mouse não são indicados.

- Operável: os botões, controles e outros elementos interativos devem ser operados com comandos básicos, como clicar, rolar, deslizar e habilitados para o uso do comando de voz ou outros dispositivos assistivos.

- Compreensível: todas as informações, como botões e direcionamentos de página, devem estar apresentadas de forma lógica e intuitiva, sendo compreensível para todos os usuários.

- Robusto: o conteúdo da página deve ser compatível com todos os dispositivos, incluindo as tecnologias assistivas (softwares de leitura de tela, interpretação do conteúdo para Libras, navegação pelo movimento dos olhos, comando de voz etc.). 

Dicas para adaptar seus conteúdos

Agora que você já conhece as principais diretrizes que determinam a acessibilidade digital, que tal conferir algumas ideias e, então, tentar adicioná-las ao seu conteúdo?

- Crie conteúdos multissensoriais, que podem ser acessados e compreendidos por qualquer pessoa, e que não dependam de todos os 5 sentidos.

- Adicione legendas nos seus vídeos: procure usar uma fonte de tamanho legível e posicione a legenda de modo que a configuração padrão das redes sociais, por exemplo, não a escondam ou dificultem a leitura.

- Inclua descrições de imagens: a função Alt Text (ou texto alternativo) permite que você adicione uma descrição da imagem utilizada, que será lida por softwares de leitura, o que auxilia, principalmente, pessoas com deficiência visual).

- Estruture seus textos de maneira acessível. Na criação e manutenção do seu site, procure manter a ordem: H1 para o título (escrito de forma clara, explicando, rapidamente, sobre o que se trata o conteúdo da página), H2 para o subtítulo, e assim por diante.

- Adote plugins: o VLibras é um plugin gratuito, criado pelo Governo Federal, que pode ser adicionado a qualquer página da internet e permite a tradução de qualquer conteúdo digital (texto, áudio e vídeo) para Libras.

 Pessoas com deficiência visual, muitas vezes, utilizam softwares que fazem a leitura do conteúdo de uma página, de forma oral, e por isso é importante que as imagens utilizadas também sejam descritas em palavras. Já aquelas com deficiência auditiva necessitam do uso de legendas, para acessar diversos conteúdos multimídia. Nesses casos, porém, precisamos considerar que a primeira língua das pessoas surdas não é o português, mas sim a Libras. Assim, a legenda em português nem sempre irá servir, não é? É nessas horas que a tradução dos conteúdos para a Libras se faz fundamental.

A acessibilidade não deve ser apenas uma obrigação moral e uma responsabilidade social: quando tornamos algo acessível para uns, o tornamos para todos! Uma pessoa que não tem nenhuma deficiência pode machucar o braço e precisar utilizar seu computador com apenas uma mão, ou pode sofrer uma lesão e ficar temporariamente sem a visão, por exemplo. Nossa vida moderna é extremamente digital, então é essencial que este ambiente também seja acessível para todos.

Se você quer saber mais sobre as diferentes formas de tornar acessíveis seus conteúdos, ou se quer já colocar a mão na massa, o site do Governo Federal disponibiliza, além de informações, materiais de apoio.