Texto por: Isabella Ambrósio – Graduada em Design
Como já dizemos aqui mesmo no blog, a criatividade pode e deve ser trabalhada e toda bagagem histórica, cultural e educacional de um indivíduo interferem nesse processo. (Leia mais sobre como exercitar a sua criatividade).
Com a intenção de mostrar como pensam e trabalham profissionais das mais diversas áreas criativas, a Netflix lançou, no ano passado, a série: Abstract: The Art of Design, com um total de oito episódios, na qual cada um deles sobre um profissional renomado internacionalmente. São eles:
1- Christoph Niemann: ilustrador
Seu trabalho estampou as capas da The New York Times Magazine, da Wired, da Time, e da American Illustration, além disso, apresenta o impressionante número de mais de 20 capas da revista The New Yorker. Christoph cita durante o episódio a frase de Chuck Close: “Inspiração é para amadores. Nós, profissionais, vamos trabalhar.” Isso, segundo ele, passa a ideia de que seu trabalho não se baseia apenas em sentar e esperar a inspiração, deve-se “criar a chance de algo acontecer”.
Uma das capas do The New Yorker ilustrada por Christoph Niemann.
2- Tinker Hatfield: designer de produto
Designer de tênis da Nike, Tinker Hatfield foi um dos pioneiros no desenvolvimento de calçados específicos para cada atividade física, levando em conta os efeitos de uma lesão. Foi responsável pelo desenvolvimento de grande parte das gerações do icônico tênis Air Jordan.
Air Jodan III, primeira geração desenvolvida por Tinker Hatfield.
3- Es Devlin: cenógrafa
A cenógrafa britânica, responsável por cenários de peças, desfiles de moda e shows de artistas como Beyoncé e Adele, explora 5 aspectos em seu processo de criação: o espaço, a luz, a escuridão, a escala e o tempo. É um trabalho que deve ser vivenciado e que não serve para ser exibido em uma galeria de arte, segundo Es.
Show da Adele em NY, cenário feito por ES Devlin.
4- Bjarke Ingels: arquiteto
Muito criticado por seu trabalho, o arquiteto dinamarquês propõe soluções arquitetônicas que abrangem sustentabilidade combinada com métodos construtivos que otimizam tempo e dinheiro. Durante o episódio acompanhamos o desenvolvimento de seu projeto para uma exposição temporária na frente do Serpentine Museum.
Serpentine Summer Pavillon 2016, por Bejarke Ingels.
5- Ralph Gilles: designer de automóveis
O quinto episódio da série mostra o chefe de design da Fiat Chrysler, Ralph Gilles. Acompanhamos seu trabalho de desenvolvimento de carros e gestão da equipe envolvida no projeto. O episódio destaca a importância e a diferença que o design é capaz de fazer dentro de uma empresa. “O design precisa ser muito poderoso para destruir todos os paradigmas e representar algo.” – Ralph Gilles.
Portal, carro conceito da Chrysler.
6 – Paula Scher: designer gráfico
Paula Scher desenvolveu a identidade visual de marcas e instituições icônicas ao redor do mundo. Neste episódio seguimos seu trabalho dentro do estúdio Pentagram, que a própria designer afirma funcionar com uma gestão diferenciada, como uma espécie de cooperativa de design, valorizando a individualidade dos profissionais.
Identidade Visual do Public Theather de NY, desenvolvida por Paula Scher.
7 – Platon: fotógrafo
O trabalho do homem por trás de retratos dos principais chefes de Estado do mundo é carregado de expressividade. Seu trabalho tem características marcantes como a iluminação, o destaque do olhar, o posicionamento da câmera e sua força. Alem de desfrutar do trabalho de Platon dentro do seu estúdio, também acompanhamos um projeto que expôs ao mundo a tristeza de mulheres grávidas traumatizadas pela violência sexual no Congo.
Retrato de Barack Obama, fotografado por Platon.
8 – Ilse Crawford: designer de interiores
Por último, mas não menos importante, temos o episódio de Ilse Crawford. A designer acredita que a empatia é um dos alicerces da profissão e por isso a estratégia de seus projetos começa sempre com a prioridade nas pessoas e nas experiências humanas.
Restaurante Cecconi’s em Londres, trabalho de Ilse Crawford.
A série tem a produção executiva assinada por Morgan Neville e Scott Dadich e, segundo Dadich, “cada episódio se comporta como um filme, adaptando a sensibilidade do design de cada profissional”. As histórias não são interligadas, então não é necessário assistir na ordem dos episódios, mas é válido conferir os processos criativos e os trabalhos de todos os profissionais, percebendo, assim, o grande impacto na sociedade causado pela inovação.