Se proteja dos boatos: as fake news estão soltas por aí

Texto por Bruna Silveira - Jornalista da Garden Consultoria
Você provavelmente já deve ter recebido uma dessas mensagens de origem duvidosa, de conteúdos escandalosos, via Whatsapp ou Facebook, não é mesmo? Com o desenvolvimento cada vez maior das tecnologias e das plataformas de mídias sociais, estamos imersos à velocidade do fluxo de informação, e, se analisarmos do ponto de vista das interações comunicacionais, é ótimo que as pessoas vivenciem a liberdade de expressão e possam se comunicar com qualquer um, sobre qualquer assunto, e a qualquer hora. Mas é preciso tomar cuidado para não se confundir essa liberdade com a disseminação de conteúdos falsos, que propagam a intolerância, ódio, ou até mesmo o medo.
No último fim de semana (do dia 31 de agosto), vimos uma onda de pânico tomar conta da população por conta de uma possível nova greve dos caminhoneiros, divulgada erroneamente via grupos de Whatsapp. Resultado: postos de gasolina lotados, aumento do preço dos combustíveis e diversos comentários sobre tal assunto. As fake news (notícias falsas) deturpam o real trabalho do jornalista, que, antes de difundir determinado conteúdo noticioso, checa as informações, vai a campo, entrevista fontes, e utiliza pesquisas em suas matérias.
Há uma corrente de intelectuais defensora da ideia de que, no contexto atual, estamos vivendo a era de “pós-verdade”. Eleita a palavra do ano de 2016 pela Oxford Dictionaries, ela se baseia em apelos emocionais e crenças individuais. Diferentemente das fake news, que são informações falsas, a pós-verdade se refere à aceitação de uma informação por um indivíduo ou um grupo, a partir de suas razões pessoais. As fake news podem ser o começo de algumas pós-verdades, como foi o caso de Donald Trump, eleito Presidente dos Estados Unidos em 2016. O político propagou diversos dados sem fundamentos para consolidação de sua campanha e ataque aos seus adversários.
E como combater a disseminação dessas falsas notícias que tanto interferem em nosso cotidiano? Como saber se estamos livres delas? O ponto principal é sempre checar a veracidade das informações antes de intencionar compartilhá-las, e, além disso, analisar se as fontes responsáveis pelo conteúdo são confiáveis. Alguns aplicativos, portais e agências estão trabalhando arduamente no combate à disseminação de mentiras entre a população.
Confira alguns deles:
- Lupa - Primeira agência de notícias do Brasil a se especializar na técnica jornalística mundialmente conhecida como fact-checking. Desde novembro de 2015, sua equipe acompanha o noticiário diário de política, economia, cidade, cultura, educação, saúde e relações internacionais para corrigir informações imprecisas e divulgar dados corretos. O resultado desse trabalho é vendido a outros veículos de comunicação e também publicado no próprio site da agência.
- Eleições Sem Fake - Projeto de Pesquisa que envolve pesquisadores de Universidades Brasileiras e Internacionais. Com conhecimento nas mais diversas áreas, os pesquisadores têm como objetivo principal trazer transparência na disseminação de conteúdo, seja orgânico ou através de anúncios em redes sociais.
- Checzap - Projeto dos estudantes da Escola de Jornalismo da Énois e do datalabe que tem como objetivo a checagem de notícias falsas de impacto político eleitoral compartilhadas nos grupos de WhatsApp de seus amigos e familiares.
- Aos Fatos  - Especialista em checagem de fatos do discurso público. Diariamente, jornalistas de Aos Fatos acompanham declarações de políticos e autoridades de expressão nacional, de diversas colorações partidárias, de modo a verificar se eles estão falando a verdade.
Em meio a um mundo de intolerâncias e discrepâncias políticas, culturais, econômicas e sociais, é preciso ter cautela antes de acreditar em uma informação, sobretudo, antes de divulgá-la. Nem tudo que é notícia real, e nem tudo que é jornalismo é verdadeiro. Por trás, as motivações financeiras e o caráter influenciador da opinião pública podem falar mais alto. Que possamos manter os olhos sempre abertos!
 
 
 

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