Não desvalorize o briefing! Ele faz toda a diferença.

Texto por: Jaqueline Romero – Diretora de Marketing
Um grande projeto começa sempre com um briefing bem feito, pois é com ele que se entende o objetivo do plano. É fundamental entender o porquê daquele trabalho e visualizar se a solução inicialmente imaginada irá gerar o resultado desejado.
Frequentemente, o briefing não recebe a sua devida importância. Por falta de tempo e/ou paciência das partes, é comum que não se aborde todos os pontos necessários para elaboração de um bom briefing, pulando logo para a última parte, que são os detalhes técnicos de um projeto. Pode-se ter a impressão de que, fazendo isso, se esteja ganhando tempo mas, a longo prazo, percebemos ser totalmente o contrário. Um bom planejamento antecipa problemas e expectativas.
Para melhor compreender o briefing, dividimos em 7 partes.São elas:
 
1ª – Captar os dados da campanha, peça ou conceito desejado.
Busque o maior número possível de informações e coloque uma ordem de precedência ou importância para a realização do que foi demandado.
 
 2ª – Conhecer ao máximo o cliente.
Entender para atender, ou seja, quem o cliente é, qual o seu serviço/produto, qual o seu propósito, qual a sua metodologia (para serviços) e sua fabricação (para produtos), qual o público-alvo que este cliente atinge ou quer atingir, qual o seu diferencial, quais são seus concorrentes (nome, site, diferenciais, e porque considera concorrente), quais suas referências/influências, o que o cliente vê de positivo e negativo no seu negócio, etc. Quando uma demanda for lançada para você, vasculhe sobre o cliente e colete o maior número de informações. Sempre que possível, procure as pessoas responsáveis pelo marketing desse cliente e escute o que ela tem para lhe passar, pois, pela proximidade, ela entende a política e filosofia corporativa.
 
 3ª – Analisar o que o cliente já possui e/ou realizou em relação à comunicação e ao marketing.
O cliente já possui marca e Manual de Identidade Visual? Já possui site e/ou perfil em redes sociais? Já realizou ações de publicidade? Se sim, quais, como, quando e com quais resultados? Isso é importante para que se possa dar continuidade ao que já foi feito; independente de mudar radicalmente ou não, é preciso entender que o mercado já interagiu com esta marca e que isso poderá ser usado a favor ou contra as novas ações que serão realizadas. Importante entender também se o posicionamento atual da empresa está de acordo com o que o cliente é e o que pretende atingir.
 
4ª – Entender o(s) objetivo(s) do projeto.
Ou seja, entender o porquê o cliente deseja realizar essa ação. Deve ser claramente definido qual é o problema, quais os serviços o cliente acredita que podem resolver este problema, se houve algum(ns) acontecimento(s) que o levaram a perceber esta necessidade, quais os objetivos e metas ele pretende atingir com a execução deste projeto, etc. Tendo mais de um objetivo e/ou meta, sugerimos listar estes em ordem de importância (isso pode ajudar em decisões estratégicas no decorrer do projeto).
 
5ª ­– Adquirir informações adicionais e específicas que possam ajudar e/ou sejam partes importantes da concepção do projeto.
Nessa fase, é esclarecido junto ao cliente se existem parceiros e qual a sua função, se ele apresenta preferência por fornecedores, se deseja algum tipo de acabamento especial, se tem alguma obrigatoriedade a ser atendida, se há alguma legislação pertinente ao projeto que a agência deve ter conhecimento, se possui alguma referência do que agrada ou desagrada, etc. Isso é importante para evitar que, na entrega da solução (ou ideia), o cliente traga referências ou novas informações do que ele gosta e/ou deseja.
 
6ª Detalhar aspectos técnicos do projeto.
Tais como: definir o tipo de apresentação e nível de detalhamento do protótipo esperado pelo cliente; se as imagens que serão utilizadas nos projetos já existem, serão produzidas ou serão compradas (isso, claro, para os projetos que requerem imagens); se os textos do projeto existem ou terão que ser produzidos (e, se existirem, se eles serão reformulados visando atender melhor ao objetivo e a mídia a ser trabalhada. Não é incomum o cliente não querer que seu texto seja alterado); quais os detalhes técnicos sendo mídia off-line (dimensões, formatos, tiragens, tecnologia de impressão, gramatura do papel, se for uma placa suas especificações, tamanho, se for pintura qual a tinta sugerida). Entendam, os clientes nos contratam para que possamos auxiliá-los, e temos a obrigação, isto mesmo, OBRIGAÇÃO, de informar tudo o que pudermos para ajudar-lhes a entender aonde queremos levá-los. Mais uma vez entender para atender. Atender um cliente pressupõe, sobretudo, entender que ele não é especialista, e que, neste caso, nós somos os especialistas.
 
7ª Definir as próximas etapas, com o planejamento e os prazos, para diminuir a expectativa entre as partes.
Ou seja, definir os prazos para o envio da proposta, para a aprovação por parte do cliente do orçamento e do projeto, e para o lançamento da ação, definindo assim, o tempo de trabalho que a agência terá. É importante avaliar a viabilidade de se desenvolver o projeto no tempo disponível, se existem outras datas/prazos importantes para o projeto e, por final, os motivos específicos pelos quais estas datas foram definidas.
 
Como toda receita, os ingredientes podem mudar, mas a essência não. Seguindo este “roteiro” de briefing, a proposta que virá a seguir será melhor enquadrada nos requisitos definidos e a chance do sucesso do projeto aumenta significativamente, tanto em relação ao processo de criação e desenvolvimento, quanto se tratando dos resultados almejados. Com um objetivo claro e planejado, a probabilidade de reclamações posteriores e/ou insatisfações diminui muito. Além disso, imprevistos também são minimizados, o que é excelente para o andamento do projeto e para o relacionamento entre o cliente e a agência.
Sempre a palavra de ordem é RELACIONAMENTO. Se relacionar é, principalmente, se conectar e estarmos envolvidos com os sonhos que estamos trabalhando para realizar. Portanto, se planejar com um briefing faz toda a diferença.

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