Quando nada acontece...

"Quando nada acontece há um grande milagre acontecendo que não estamos vendo." Guimarães Rosa

A Diretora de Marketing da Garden, Jaqueline Romero, costuma ilustrar suas falas sobre como funciona o processo de marketing usando o exemplo da semente que germina debaixo da terra. Acontece silenciosamente, sem aparente “movimento” e nada vemos, até que surge o broto. Aí, sim, temos a certeza de que algo aconteceu.
E o grande escritor Guimarães Rosa já sabia disto há muito tempo, por ser um ávido observador da natureza, característica pessoal que estampa lindamente em suas obras.
Podemos tirar inúmeras lições disto e sabermos melhor controlar a ansiedade e conhecer os variados processos que permeiam a natureza e as interações humanas.
Vou além: crer no invisível, naquilo que não pode ser sentido, percebido, ou aferido de imediato. Não, isto não é religião, nem metafísica.
Refiro-me a nosso mundo “real”, pelo menos, aquele conhecido por nós, nossa realidade física, tangível. O caso citado da semente é um exemplo que retrata bem o que afirmo: certas coisas demandam tempo para “germinarem”, acontecerem, até porque podem envolver processos mais intrincados, mais complexos.
A Física tradicional já nos presenteou com descobertas incríveis sobre ondas e partículas, a tal ponto que a humanidade descobriu como usar as eletromagnéticas para rádio, TV, telefonia, etc.
Detalhe: não vemos, não “sentimos” essas ondas, mas elas existem.
Outro exemplo, no campo da informática: grandes bases de dados requerem ser indexadas, passar por manutenções. Enquanto tais processos ocorrem, os dados de que se precisa não estão disponíveis nesses momentos. Por causa disto, pode-se dizer que essa base é inacessível?
Portanto dizer: “Só acredito no que eu vejo (sinto, pego, está disponível de imediato...)!” é limitar o próprio raciocínio e a percepção de vida.
Aliás, essa postura já é uma grande limitação, se pensarmos em termos de Física fundamental. Imagine, então, se contrapusermos esse modo de pensar com alguns objetos de estudo mais recentes da Ciência!
Trazendo essa linha de pensamento para o mundo corporativo, acredito que o fundamental seja a tangibilização – no momento adequado –daquilo que temporariamente pareça intangível.
Convido à reflexão: podemos seguramente afirmar que o que (ainda) não estamos vendo não está acontecendo?
Pense nisto.
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